A Polícia Civil investiga um suposto golpe, que fez ao menos 20 empresários vítimas, em Jacareí (SP). De acordo com boletins de ocorrência registrados por fornecedores e prestadores de serviços, uma empresa adquiriu produtos e locou equipamentos, a partir do fim do ano passado, e os donos sumiram sem quitar as dívidas e sumiram com os itens alugados. As queixas foram registradas como estelionato e apropriação indébita. O valor do prejuízo às vítimas soma cerca de R$ 1 milhão.
Segundo a polícia, a J.L. Centraline Alimentos tinha sede no Parque Meia Lua, distrito de Jacareí, e conforme registro do CNPJ , de 1998, atuava no ramo alimentício. Ao menos quatro pessoas, apresentados às vítimas como donos dessa empresa e representantes comerciais, compraram suprimentos, alugaram eletrônicos e maquinários de fornecedores da região e de fora do estado para atender a empresa.
Os contratos e cheques emitidos são do período entre setembro de 2018 e março de 2019. Todos empresários – de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, foram vítimas de calotes parciais ou integrais a partir de janeiro deste ano.
Uma empresa fornecedora de pimenta do Espírito Santo é uma das empresas que caiu no golpe. O empresário, que não quis ter o nome revelado pela reportagem, conta que foi contratado para fornecer R$ 120 mil em produtos e recebeu cheques pré-datados como garantia dos pagamentos.
Antes de firmar o acordo, ele explica que consultou informações sobre a empresa e constatou que ela estava em dia com as obrigações legais. O empresário só percebeu que se tratava de um golpe quando os cheques começaram a voltar. Depois de várias tentativas de contato com os dois homens que se apresentavam como sócios-proprietários da empresa, foi até Jacareí e encontrou o prédio fechado.
“Nós seguimos o protocolo, mas fomos surpreendidos. Eu não sei bem o que vou fazer porque esse valor desequilibrou a minha empresa financeiramente e eu corro o risco de quebrar”, lamentou.
Uma empresa de refrigeração alugou freezer, geladeira e outros equipamentos para a empresa e também não recebeu. No caso deles, os estelionatários não deixaram apenas de pagar o valor acordado em contrato, como levaram os equipamentos alugados pela empresa. O prejuízo estimado do empresário é de R$ 80 mil.
A dona do galpão alugado também prestou queixa, por débitos do aluguel entre janeiro e março. A dívida acumulada soma R$ 9,5 mil.