A Fundação Cultural “Benedicto Siqueira e Silva” inaugurou três polos de arte e cultura nos bairros Bela Vista, Estiva (conhecido como Telles) e São Guido, onde são oferecidas as oficinas de hip hop, canto, grafite e viola e violão.
O diretor presidente, William de Oliveira, explicou que a descentralização das oficinas realizadas pela Fundação é uma demanda que já vinha sendo debatida e um dos objetivos da atual gestão. “Iniciamos o projeto esse ano nestes três bairros. Agora, iremos identificar as necessidades das comunidades e verificar as possibilidades de expansão. Nossa intenção é transformar essa ação em uma política pública de cultura.”
Com relação à escolha dos bairros que seriam contemplados nessa primeira iniciativa, o diretor presidente disse que a diretriz foi apontada em conjunto com o Conselho Tutelar, levando em consideração diversos fatores, tais como vulnerabilidade social e acesso à cultura. “São comunidades que não estão acostumadas a acessar estes serviços de formação cultural.”
A coordenadora do Conselho Tutelar, Cristiane Sampaio, informou que, através de relatórios circunstanciados, o Conselho detectou alguns bairros com maior índice de vulnerabilidade. “Visando garantir as políticas públicas municipais, o Conselho Tutelar buscou a parceria da Fundação Cultural para desenvolver um projeto de descentralização das oficinas, buscando atender bairros mais vulneráveis.”
William destacou as vantagens de democratizar o acesso à cultura. “Estamos atuando como facilitadores das atividades culturais, levando para o jovem, adolescente e toda comunidade o acesso a elas. Queremos chegar mais perto do cidadão, promover novas dinâmicas culturais dentro dos bairros.”
“Podemos promover uma troca de saberes entre diferentes gerações, descobrir núcleos produtivos nos bairros e identificar novos atores sociais que estão ocultos, mas que estão lá. Inclusive estamos registrando uma demanda crescente de alunos”, acrescentou o diretor.
Questionado sobre a dimensão terapêutica das oficinas culturais, o diretor presidente destacou que a arte é observada como um instrumento de expressão e que atinge as emoções dos indivíduos. “Além de aprender a técnica, os alunos também podem se expressar em forma de arte. Com isso, o ambiente se torna um ponto de diálogo e de respeito uns com os outros.”
“Desenvolvemos uma cultura de expressão e de voz, onde todos podem se manifestar através da arte. Isso nos faz caminhar para a aceitação da diversidade, onde você será respeitado e deverá respeitar o outro; este é um caminho de paz”, finalizou William.
No bairro Bela Vista, o polo da Fundação está instalado no Centro Comunitário. Na Estiva, funciona na quadra de esportes. E no bairro São Guido, as oficinas acontecem no antigo Núcleo de Educação Infantil; o espaço, que é de responsabilidade do Departamento de Educação, Cultura, Esportes e Lazer, não estava sendo utilizado e foi cedido para as atividades da Fundação.
Os oficineiros, funcionários da Fundação Cultural e toda comunidade participaram de um mutirão de limpeza para os reparos que foram necessários. “Em parceria com a Prefeitura, fizemos um mutirão, buscando mobilizar a comunidade, para fazer a limpeza, pintura e reparos na parte elétrica e hidráulica para criar este espaço de convivência no bairro”, explicou o diretor cultural, Cláudio Queiroz.
O prefeito Victor Miranda contou que a Prefeitura fez a cessão dos espaços para o funcionamento das oficinas e que a administração municipal prestou todo auxílio para a preparação destes locais. “É importante que os espaços públicos sejam ocupados pela comunidade. E, além disso, ainda estamos promovendo o crescimento cultural da comunidade, ampliando o acesso à arte e fortalecendo nossas tradições.”