A Chevrolet S10 é uma das pickups mais antigas à venda no mercado. Sua última mudança discreta na dianteira tem dois anos e enquanto mais novidades não chegam, testamos a utilitária em sua versão mais equipada “High Country”. De perfil norteamericano, a High Contry expressa esse estilo com muitos cromados, rodas diamantadas com pneus 265 de largura e 18 polegadas de raio. Conta com um Santo Antônio coberto por acabamento plástico alongado por sobre a caçamba com cobertura em vinil, que faz ela parecer mais alta embora tenha os mesmos 1061 kg de capacidade de carga das outras versões da S10.
Este é o modelo “Top de Linha” da marca e merece um certo requinte mas sem novidades. A Pick-up em geral tem bom acabamento, com protetor de caçamba, bancos de couro, materiais de boa durabilidade em seus revestimentos e estribo nas portas que facilitam o acesso a cabine. Porém ela sente o peso da idade e peca em alguns itens como a desatualização do painel, falta de ajuste de profundidade do volante, falta de saída de ar condicionado para os bancos traseiros , iluminação interna deficiente sem emprego de LEDs e a falta de um carregador de celular por indução entre outros pequenos detalhes que mostram a idade e desatualização do projeto.
Na última reestilização, porém, ela ganhou com sistema de WiFi nativo e On Star de excelente funcionalidade, como em outros modelos da marca, mas merecia ter uma multimidia com uma tela maior, especialmente pelo tamanho do carro e do painel. A sonorização agrada e cumpre com o objetivo de entreter os passageiros com boa qualidade sonora, mesmo em deslocamento, aliás este é um ponto positivo na S10, o tratamento acústico da carroceria é bem cuidado não permitindo a transferência de ruídos externos (Principalmente do motor) para o interior da cabine.
A chave do tipo cadeado já poderia ser do tipo presencial, como em outros modelos da marca, com acionamento da partida por um botão, e o painel como um todo deveria ser redesenhado seguindo a tendencia dos concorrentes.
Avaliação dinâmica: o bom e já antigo motor turbodiesel
O Motor Duramax Diesel Turbo de 2.8 L com 200 CV de potência, embora não tenha sofrido alterações nos últimos anos, cumpre com maestria o seu papel de levar e manter a Pick-up a velocidades de cruzeiro com desempenho e economia. O Torque de 51 Kgfm é perceptível nas retomadas e subidas mais fortes respondendo imediatamente ao se exigir do acelerador. Este motor combinado com a transmissão de 6 velocidades dá a S10 boa dirigibilidade e flexibilidade no trânsito urbano ou em estradas de asfalto e terra. A tração 4X4 responde bem em estradas irregulares cumprido a função de uma pick-up para uso em off Road moderado ou eventualmente extremo.
Dirigimos a S10 no trânsito da cidade de São Paulo, onde não se tornou cansativa mesmo com os constantes “anda e para” da hora do rush mesmo com alguma dificuldade de encontrar vaga no comércio e na rua. Também fizemos viagens curtas de 200km por trecho onde a S10 se comportou como um “grande” veículo de passeio. A sua suspenção está bem calibrada dando ao carro um comportamento estável. Porém, a exemplo de alguns concorrentes ela não tem controle de cruzeiro adaptativo mas alerta de frenagem e alerta de ponto de cego o que ajuda muito mas não a deixa alinhada às demais pickups brasileiras.
Já na terra “batida” tem comportamento estável principalmente ao se acionar o modo 4X4 HI. Não tivemos a oportunidade de avaliar carro em condições mais pesadas onde se exigiria a tração integral para baixas velocidades.
A S10 conta com um sistema de frenagem de emergência que faz alerta com luzes e alarme acionando os freios em situações de eminente acidente. Não conseguimos entender a logica do sistema, que foi acionado em situações corriqueiras e por vezes não foi acionado quando achávamos que deveria. Talvez aqui caiba uma recalibração e melhor desenvolvimento dos algoritmos que comandam essa função numa próxima versão.
Raiz mas à espera de mudanças
A S10 é reconhecida pelos seus donos como uma pickup de manutenção barata e boa robustez. Seu motor e suspensão são elogiados pela durabilidade de alguns bons anos de projeto. Mas uma atualização de design e tecnologia seguindo a tendencia da concorrência sem a necessidade de mudar seu motor, transmissão ou suspensão. Ela é feita para clientes que preferem ficar no certo ao trocar pelo duvidoso.
A High Country é vendida oficialmente por R$ 331,9 mil mas a rede Chevrolet, que tem mais de 500 pontos de venda por todo o país, tem aplicado descontos como para CNPJ e produtor rural onde ela sai por interessantes R$ 289,8 mil. Se por um lado é uma pickup já antiga por outro os descontos da rede tornam sua compra muito racional diante das concorrentes renovadas como a Ford Ranger, Toyota Hilux, Mitsubishi L200, a Nissan Frontier e a igualmente antiga como a Volkswagen Amarok sem mencionar a Fiat Titano, que estreia até o fim do ano nesse segmento altamente disputado no mercado nacional.
* com a colaboração de Henrique Pereira
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Com informações do R7