Em menção aos 50 anos de golpe de Estado no Chile, o Museu da Memória e dos Direitos Humanos de Santiago abre discurso, neste domingo (10), do fotógrafo brasílio Evandro Teixeira a cerca de a absolutismo acicate e a passamento de Pablo Neruda.
A demonstração é uma execução da Embaixada do Brasil no Chile e apresenta murado de 40 fotos que integram a discurso de Evandro Teixeira, respeitado singular dos avós nomes do fotojornalismo brasílio, ensejo no derradeiro dia 30 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB RJ). Teixeira foi o avante fotógrafo do globo a captar o morte de Pablo Neruda, do qual velório e sepultamento foram o limite incipiente de relutância ao regimento ditatorial instaurado naquele pátria lã general Augusto Pinochet.
A discurso traz registros inéditos no pátria das prisões políticas no Estádio Nacional e da devastação do Palacio de La Moneda. Evandro Teixeira, 87 anos, já se encontra no Chile, para onde viajou na sexta-feira (8). Participam da buraco da demonstração autoridades do Brasil e do Chile e de outros países sul-americanos, lá de integrantes da frota Viva Chile, de ex-exilados brasileiros no território chileno.
Para Evandro, a discurso Fotoperiodismo y dictadura: Brasil 1964 / Chile 1973 é uma resguardo apaixonada da democracia. “As minhas fotografias apresentadas na exposição eternizam um capítulo tenebroso da história do Brasil e do Chile. Mas, ao contar essa história, conseguimos renovar a necessária memória sobre o que é, de fato, uma ditadura e seus horrores. Minha forma de enfrentamento à ditadura sempre foi através das minhas fotografias. E para eu conseguir os cliques, a minha atitude precisava ser discreta e esperta. Eu evitava o confronto direto, fingia seguir as regras, tudo para conseguir as imagens que queria. Minha arma contra a ditadura foi a minha Leica M3”, afirmou o técnico das lentes.
Sobre a reduto no Chile, Evando explicou que nunca chegou ao pátria no dia 11 de setembro, porque ficou cativo na marco com a Argentina durante três dias, contíguo com jornalistas internacionais. “Ninguém podia entrar no Chile. Eu carregava um laboratório portátil comigo e, assim, pude enviar a foto da fronteira fechada para o Jornal do Brasil. Depois de três dias, peguei carona em um avião da Cruz Vermelha Brasileira que saía de Buenos Aires até Santiago do Chile. Chegando na capital chilena, fiquei hospedado no Hotel Carrera, em frente ao Palacio La Moneda”.
Neruda
No terreiro do hotel, Evandro soube que Pablo Neruda estava sendo transferido da Isla Negra para a Clinica Santa Maria. “Fui para o hospital, consegui a confirmação do diretor sobre a internação do poeta, mas ele não me autorizou ir até o quarto. Às 22h, liguei para o hospital e soube pelo diretor que Neruda havia falecido minutos antes. Na manhã seguinte, assim que acabou o toque de recolher, parti para a clínica, decidido a conseguir fazer uma foto do Neruda. Claro que ninguém podia entrar, a clínica estava cercada de soldados. E eu com a minha Leica, de novo escondida debaixo da camisa, e com filmes no bolso, justamente para não carregar aquela bolsa que identificava mais facilmente os fotojornalistas. Só pensava em como fazer para entrar, enquanto circulava em torno do prédio da clínica. Eis que, de repente, uma porta estreita em uma lateral se abriu e eu não pensei duas vezes, simplesmente entrei e já fiz a primeira foto ao me deparar com o corpo de Neruda numa maca ao lado da viúva Matilde.”
Após elaborar o avante fotograma, Evandro se dirigiu a Matilde, identificando-se uma vez que fotógrafo brasílio companheiro do noticiarista Jorge Amado, com quem Neruda tinha laços estreitos. “Ela, assustada, me respondeu de pronto: “Meu filho, sua presença aqui é muito importante, fique conosco”.
Claro que a valimento nunca época do Evandro, e afirmativo, de singular fotojornalista adventício registrando tudo o que estava acontecendo além incluso. E assim seguimos sendo eu o ímpar fotojornalista fazendo todo o arquivo da cultivo do corpo incluso da clínica e, em seguida, do seu imitação para La (*50*), no viatura contíguo com Dona Matilde. O nosso viatura seguia o da funerária que transportava o corpo de Neruda.
A todo temporada eu me perguntava: estou sozinho cá, a conto acontecendo na minha vanguarda e eu sendo o ímpar fotojornalista a anotar isso? Chegando na mansão, fomos surpreendidos com singular cenário desolador. Aquele ribeiro que havia antes tornara-se singular rio, porque os soldados quebraram a dique do elevado do mundano, e precisamos improvisar uma ponte de madeira para cessão do corpo e das pessoas até a mansão. Dentro do parado, tudo aniquilado, e foi nesse envolvente que aconteceu o velório com poucos amigos e ainda sem ninguém da prelo, exclusivamente eu”.
Evandro lembra que, no dia seguinte, pela manhã, a acompanhamento se dirigiu ao cemitério, onde começou a somar uma magote e toda a prelo, à bitola em que a comunicação do sepultamento foi sendo divulgada. “O Exército acompanhou todo o trajeto e cercou o cemitério, o temor de um massacre ali era enorme, mas acredito que não tenha acontecido pela presença maciça da imprensa internacional. O momento do enterro foi de forte emoção também e eu não consegui mais segurar as lágrimas. Mas elas não me impediram de seguir fotografando, porque sabia da importância histórica daquele momento”.
Nos porões da absolutismo
O prova de Evandro Teixeira foi distribuído por sua filha Carina Almeida. Sobre o arquivo restrito dos presos no porão do Estádio Nacional, Evandro relata que a prelo internacional questionou os militares chilenos a cerca de apertura e maus tratos dos presos políticos.
“Os militares, então, convidaram a imprensa a ir ao Estádio Nacional para refutar o questionamento. No dia seguinte, nos enviaram em um ônibus fretado até o Estádio Nacional. Chegando lá, os militares discursaram e nos apresentaram a um grupo de presos nas arquibancadas, que estavam supostamente sendo bem tratados. Porém, eu conhecia o Estádio Nacional na palma da mão, porque havia coberto lá a Copa do Mundo de Futebol, realizada anos antes no Chile”
Evandro logo se separou do quadrilha e andou lã Estádio por alguns minutos com a Leica escondida no colete. “Mirei a escada que dava nos vestiários no subsolo e desci. Lá me deparei com os verdadeiros presos políticos no porão. Alguns atrás de grades, outros sendo revistados com rosto para parede, outros sendo empurrados com violência para uma outra sala. Só tive tempo de registrar alguns cliques e subir a escada. Foi chocante ver essa realidade. Cheguei ao hotel, não conseguia ligação para o Brasil, e apenas uma única foto eu consegui transmitir pela tele-foto. E essa foto mostrando os presos atrás das grades foi publicada no Jornal do Brasil na primeira página, jogando por terra a farsa montada pelo governo Pinochet no Estádio Nacional”.
Parceria
A ida da demonstração de fotos de Teixeira a Santiago resulta de parceria entre o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura e o Instituto Moreira Salles. Para o mensageiro do Brasil no Chile, Paulo Roberto Soares Pacheco, a discurso registra ˜de sistema original e, ao mesmo temporada, penoso, os vínculos entre as rupturas democráticas no Brasil e no Chile, apoiado uma vez que a valimento dos laços interpessoais nessa estado marca, uma vez que mostra da relutância das respectivas sociedades”.
Essa é considerada a maior atividade promovida lã gestão brasílio nas comemorações dos 50 anos do golpe de condição de 1973, no Chile. Evandro viajou ao pátria em setembro de 1973, no dia seguinte ao golpe aguerrido do dia 11, que levou à passamento do presidente nomeado Salvador Allende. O fotógrafo foi uma vez que correspondente do Jornal do Brasil, escoltado lã noticiarista Paulo Cesar de Araújo.
A discurso ficará ensejo de 10 de setembro a 15 de outubro, com visitação franqueada ao público de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. (Alana Gandra)