O fim do materialismo? Jovens escolhem experiências em vez de bens

A economia global passou por uma série de mudanças nas últimas décadas, afetando significativamente a forma como a Geração Z e os millennials enfrentam seus desafios financeiros.

Ao mesmo tempo em que o número de pessoas que moram de aluguel cresceu 135% nos Estados Unidos, 34% dos jovens adultos afirmam que a casa própria está fora de seu alcance financeiro e objetivo principal de consumo.

Essa mudança de paradigma também se reflete no Brasil, onde a demanda fez com que a quantidade de motoristas de aplicativo dobrasse desde 2018. A Geração Z, criada na era digital, está priorizando cada vez mais a aquisição de serviços em vez de bens de consumo.

A mudança na mentalidade dos jovens adultos

Ao olharmos para o passado, lembramos que a vida dos baby boomers também não foi isenta de dificuldades financeiras. Eles enfrentaram taxas de juros extremamente altas até o início da década de 1990.

No entanto, as últimas décadas foram especialmente favoráveis economicamente, resultando em um crescimento notável no patrimônio líquido dos boomers e daqueles que estão se aproximando do fim de suas carreiras.

Mas e os jovens? Infelizmente, a acumulação de riqueza se tornou uma tarefa cada vez mais difícil. A dívida média de empréstimos estudantis triplicou desde 1985, e o pagamento inicial para a compra de uma casa aumentou substancialmente em relação à renda familiar. Isso levou a um adiamento significativo da compra da primeira casa.

Esses jovens estão mudando os valores tradicionais, buscando flexibilidade, oportunidades de empreender e uma vida equilibrada entre trabalho e lazer.

Nesse contexto, a geração que tende ao desapego se orienta por princípios como empreender, redefinir o conceito de sucesso e valorizar experiências em vez da aquisição de bens. Os jovens buscam viver o presente, acumulando menos e aproveitando mais.

Contrariando estereótipos, a Geração Z e os millennials estão aprendendo a disciplina financeira da maneira mais difícil, enfrentando recessões e inflação. Eles valorizam sua educação financeira e reconhecem a importância de começar a poupar cedo.

As prioridades da nova geração estão voltadas para o bem-estar e o fortalecimento das relações pessoais. Eles querem viver uma vida mais livre, gerenciar seu tempo e serem criativos.