Na primeira semana da COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que ocorre em Baku, no Azerbaijão, muitos participantes já miram nos resultados que integrarão as bases da próxima COP, marcada para Belém do Pará, no Brasil em 2025.

Segundo o líder da Convenção da ONU sobre o tema, Simon Stiell, a meta é sair do Azerbaijão em 14 dias com um acordo ambicioso de financiamento climático crucial para o bem-estar de todas as nações, “incluindo as mais ricas e poderosas.”

2024, ano mais quente já registrado?

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, alertou na véspera da abertura da COP29, que 2024 está no caminho de ser tornar o ano mais quente da história desde o início dos registros. Mas a tendência não é repentina.

Desde 2015, quando o Acordo de Paris foi adotado, até agora, o aquecimento se dá gradativamente marcando a década mais quente já registrada, com uma perda acelerada de gelo glacial, elevação do nível do mar e aquecimento dos oceanos.

A ONU News conversou com a ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas e integrante da Comissão Internacional de Conselheiros da COP29, María Fernanda Espinosa. Para ela, o sucesso nessa Conferência é fundamental para fortalecer as bases e o resultado da COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, no Brasil.

COP30 será especial e empoderará grupos indígenas e mulheres

Para ela, o primeiro aspecto especial da COP30, “é a magia de o encontro acontecer num lugar que é o coração da Amazônia, em Belém do Pará, no Brasil.” María Fernanda Espinosa que é especialista em Amazônia e trabalhou com mulheres indígenas na floresta equatoriana, acredita que a COP30 vai destacar e reforçar temas como conservação da grande joia que é a Amazônia, mas também de comunidades indígenas, de mulheres” e outros assuntos tão próprios de quem vive na floresta e da floresta.

Cheias na Espanha: não há mais tempo a perder

Segundo Espinosa, o sucesso da COP29 na busca por um mecanismo qualitativo e quantitativo para o financiamento da transição energética e para implementar planos de ações nacionais será fundamental para o êxito da COP30, no Brasil.

Ela lembra que as emergências climáticas estão aumentando e se tornando mais atípicas e frequentes. 

A ex-presidente da Assembleia Geral citou o caso das cheias em Valência, na Espanha, e outras partes do mundo como uma prova de que não há mais tempo a perder para reduzir as emissões de CO2 e implementar o Acordo de Paris.

Para María Fernanda Espinosa, os negociadores dos países-membros da ONU, representantes da sociedade civil, de movimentos indígenas e dos setores públicos e privados têm o papel de adiantar o trabalho agora para chegarem a Belém do Pará com “pé firme” rumo à ação climática que promova um planeta saudável e sustentável para todos.

source
Com informações da ONU

Deixe uma resposta