O conflito na Síria pode ter saído das manchetes de jornais após o início dos confrontos entre o movimento islâmico Hamas e as forças de Israel, mas a situação dos sírios que fogem da violência continua grave.

O alerta é do presidente da Comissão de Inquérito sobre a Síria, Paulo Sérgio Pinheiro. Ele está em Nova Iorque com um grupo de relatores de direitos humanos para participar de reuniões na Assembleia Geral.

Maioria dos que sofrem são meninas e mulheres

Nesta entrevista à ONU News, Pinheiro afirmou que o conflito em Gaza afeta diretamente a situação na Síria e dos sírios que se refugiaram em países vizinhos.

“A última consequência do ataque de Israel em Gaza, depois do 7 de outubro (de 2023), foi o retorno de mais de 300 mil sírios que resolveram voltar do Líbano. De uma certa maneira, até o governo sírio teve uma medida simpática de suspender o pagamento de US$ 100 para cada cidadão que voltasse à Síria. Houve também uma abertura para o Alto Comissariado de Refugiados em termos de acompanhar esse regresso. Mas o grande problema é que entre esses 300 mil, a maioria é de mulheres e crianças.”

Famílias sírias e libanesas, que fugiram da escalada da violência no Líbano, chegam à Síria

Famílias sírias e libanesas, que fugiram da escalada da violência no Líbano, chegam à Síria

Conflito começou após protestos da Primavera Árabe

Paulo Sérgio Pinheiro voltou a apelar pelo fim do conflito na Síria e disse que os países com influência na região devem se esforçar para acabar com a guerra, que começou em 2011 após protestos populares pela democracia durante a chamada Primavera Árabe. Para Pinheiro, a saída não é militar e a necessidade de um cessar-fogo é urgente.

“Então eu acho que o principal problema é que os países envolvidos continuam acreditando numa solução militar. Estou repetindo isso há 12 anos. Não há decisão militar para a crise política. A única decisão tem que ser uma decisão diplomática acordada.”

Pinheiro afirmou que “a população não aguenta mais dada a situação econômica, a situação humanitária” que o país atravessa há mais de 13 anos.

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Com informações da ONU

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