A expansão das novas estações reduzirá o intervalo entre trens. Por exemplo, na Linha 12-Safira, hoje os passageiros levam em média 10 minutos de deslocamento entre Calmon Viana e Itaquaquecetuba. Daqui a oito anos, a expectativa é que o percurso seja feito em 6 minutos.
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A expansão da Linha 13-Jade deve trazer alívio para Rayssa Silva Matos, 18, que é auxiliar de escritório na Gru Airport. Atualmente, ela trabalha em Guarulhos e enfrenta desafios diários relacionados ao transporte. Residente em São Miguel Paulista, região da Zona Leste de São Paulo, ela precisa utilizar uma combinação de ônibus intermunicipais e a Linha 12-Safira da CPTM para chegar ao aeroporto.
“É um trajeto repleto de baldeações e leva cerca de 1 hora e meia, um tempo considerável para conseguir chegar no trabalho. Sem contar, na superlotação dos ônibus intermunicipais e a dificuldade de conexão entre os diferentes meios de transporte aumentam ainda mais o estresse das viagens”, afirma a auxiliar.
A linha ganhará quatro novas estações em Guarulhos — Jardim dos Eucaliptos, São João, Presidente Dutra e Bonsucesso — e uma extensão de 5,2 quilômetros até a estação Gabriela Mistral, onde haverá integração entre as linhas 12, 13 e Linha 2-Verde do metrô. A nova estação Cangaíba terá integração também com a Linha 12-Safira. Com essas melhorias, Rayssa se beneficiará de uma redução significativa no tempo de deslocamento, que deve diminuir para cerca de 30 minutos. A nova estação Bonsucesso permitirá que ela evite baldeações na Linha 12-Safira e pegue um ônibus diretamente para a estação, facilitando sua chegada ao trabalho e economizando até uma hora diária.
O Governo de São Paulo também prevê a ligação da Linha 13-Jade com a futura Linha 14-Ônix em Bonsucesso, que deverá atravessar diversos bairros do extremo da Zona Leste, como São Miguel Paulista e Itaquera, e chegará até o ABC Paulista, tornando a integração sob trilhos mais eficiente para a população.
Linha 11-Coral: mais mobilidade
A extensão da Linha 11-Coral até Cezar de Souza, distrito de Mogi das Cruzes, é um sonho antigo da população local, que pode gerar crescimento e desenvolvimento no bairro. José Cláudio Louzada, morador da região, espera a chegada da estação há mais de uma década.
“Quando eu converso com amigos ou vizinhos, eles não entendem, porque eu mudei para cá. Mas, quando eu mudei aqui para Mogi, em 2008, já existia essa proposta do trem chegar em Cezar”, afirma o morador.
Hoje, aposentado, José Cláudio usa a linha para realizar alguns trabalhos ou visitar familiares, mas, para acessá-la, precisa se deslocar de ônibus até a estação Estudantes, a última da linha. “Aqui em Cezar de Souza só passa um ônibus a cada 20 minutos. Lá pelas 18h, passa um ônibus entre Estudantes e Cezar de Souza pode levar 40 minutos para chegar até onde eu moro. Se eu perder fico na rua”, brinca.
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O aposentado acredita que a estação em Cezar de Souza pode ajudar a melhorar inclusive o trânsito dentro de Mogi das Cruzes. “A logística nas avenidas João XXIII e na Francisco Rodrigues Filho [que conectam o centro de Mogi das Cruzes ao distrito] é complicada, porque muita gente acaba optando por ir de carro até o centro ou às estações. Há um fluxo alto de pessoas que vai para Estudantes de manhã e volta tarde, vindo daqui de César ou da Vila Suissa, e vai tudo para Estudantes, o que causa sempre congestionamento ali na praça”, avalia.
Para estender a linha 11 até Cezar de Souza, serão construídos mais 4 quilômetros de via permanente na área de domínio que hoje é operada pela MRS Logística para o transporte de cargas. A estação está prevista para ser instalada perto da parada de Cezar de Souza, da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil.
Estudante espera por redução no intervalo entre trens da Linha 12-Safira
O projeto de concessão da Linha 12-Safira prevê a extensão de Calmon Viana, em Poá, até Suzano, com interligação à Linha 11-Coral. No sentido de São Paulo, serão construídas as estações Cangaíba e Gabriela Mistral, que serão interligadas com a Linha 13-Jade.
A estudante Victoria Nunes, 19, moradora de Itaquaquecetuba, espera que os investimentos priorizem a diminuição do intervalo médio entre trens, sobretudo em horário de pico. Desde março deste ano, a estudante de arquitetura e urbanismo passou a depender do transporte coletivo para ir à faculdade, localizada no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Ela leva em torno de 1h30 para chegar ao destino.
“Tive a sorte de morar bem próximo da estação. Pego todos os dias o trem em Itaquaquecetuba, às 17h30, e vou até a Estação Brás para ter a integração gratuita da Linha 3-Vermelha do metrô e ir até a Estação Carrão, onde fica a faculdade. Chego às 19 horas. Meu deslocamento é justamente no horário em que muitas pessoas voltam para casa ou estão indo estudar”, relata.
Ela espera que as futuras estações possam diminuir o fluxo de pessoas e trazer mais conforto durante o trajeto para os passageiros. “Já é uma linha muito demorada, levando mais que o dobro de tempo, com intervalos muito extensos. Se é uma linha muito usada, deveria ter mais trens trabalhando para tentar diminuir o fluxo de pessoas porque, na linha vermelha do metrô, no Brás, há também um deslocamento enorme de usuários, tornando tudo muito cheio e desconfortável”, disse Victoria.
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Dentre os objetivos de extensão da linha, a nova concessão objetiva reduzir o intervalo entre os trens. Hoje, o intervalo médio entre trens é de 5 minutos. A projeção no horário de pico é que esse tempo passe a ser de apenas 3 minutos.
Atualmente, a Linha 12-Safira transporta, em torno de 262 mil passageiros por dia, em seus 39 km de extensão, com 13 estações. Ligando a Estação Brás a Calmon Viana, no município de Poá, a linha atende bairros da região do extremo leste da capital paulista e o município de Itaquaquecetuba, oferecendo integração com outras linhas da CPTM e do Metrô, incluindo a Linha 3 – Vermelha e as linhas 7 – Rubi, Linha 10 – Turquesa, Linha 11 – Coral e Linha 13-Jade.
“As extensões previstas no lote Alto Tietê têm por objetivo atender às reivindicações de longa data da população e expandir o sistema de trens paulista, para aqueles que precisam se deslocar diariamente para a capital, seja por conta do trabalho ou estudo. Os investimentos previstos em conjunto com a iniciativa privada permitirão reduzir o intervalo entre trens, melhorar a operação, priorizar o conforto dos passageiros e a acessibilidade das estações”, afirma o diretor de Assuntos Corporativos da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Augusto Almudin.
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI-SP)
O lote Alto Tietê (linhas 11, 12, 13 de Trens Urbanos) faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), uma iniciativa do Governo do Estado que visa ampliar as oportunidades de investimento, emprego, desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, ambiental e industrial em São Paulo.
Com foco nas áreas de Rodovias, Mobilidade, Social e Água/Energia, o PPI-SP está realizando o maior e mais completo programa de investimentos com a iniciativa privada da história de São Paulo, beneficiando a população paulista e impulsionando o crescimento econômico regional. Ao todo, já são 29 projetos qualificados e uma carteira de mais de R$ 494 bilhões.
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Com informações da Agência São Paulo