Dos 11 magistrados do Supremo, seis já votaram pela condenação da deputada a cinco anos e três meses de prisão, além da perda do mandato. Os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, seguiram o voto do relator, Gilmar Mendes. Para o magistrado, a conduta de Zambelli foi grave e de “elevada reprovabilidade”.
“As circunstâncias do crime são graves e justificam a ponderação negativa da variável. A acusada adentrou estabelecimento comercial em perseguição ao ofendido, após sacar a arma de fogo, gerando inequívoco perigo concreto aos frequentadores do local, que acentua a reprovabilidade da conduta”, escreveu Gilmar, em seu voto. O homem perseguido, Luan Araújo, é eleitor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a deputada se irritou ao ver que se tratava de um cidadão de esquerda.
O ministro Alexandre de Moraes destacou que “a robustez da acusação é reforçada pelos depoimentos colhidos nos autos, que descrevem a clara submissão da vítima a uma situação de intimidação armada, caracterizando o constrangimento ilegal”.
O julgamento do caso foi interrompido por um pedido de vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso por parte do ministro Nunes Marques. Ele tem um prazo de até 90 dias para devolver o processo para continuidade do julgamento. Zambelli se tornou ré pelo caso em 2023. Na época, nove dos 11 magistrados do Supremo votaram para aceitar a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na acusação, a PGR entendeu que Zambelli não poderia empunhar arma em público para constranger alguém em razão de seus posicionamentos políticos. “A permissão do porte de arma de fogo conferida à denunciada se destina única e exclusivamente à sua defesa pessoal; jamais para constranger a liberdade de interlocutor e a fazer com ele se desculpe dos seus posicionamentos políticos, preferências eleitorais e supostos atos injuriosos manifestados, ainda que a pretexto de resguardar, em tese, sua honra maculada”, descreveu a Procuradoria, no documento enviado ao STF.
Da Redação da Agência PT
source
Com informações do Partido dos Trabalhadores de SP