Guterres alertou que esta abordagem está desparecendo e se aproximando de “um ponto sem retorno”. Ele disse que a comunidade internacional tem a responsabilidade de evitar “a ocupação e a violência perpétuas”.
Resgate do processo de paz
Se dirigindo aos Estados-membros do Conselho, o líder da ONU fez um apelo urgente por “medidas irreversíveis para implementar uma solução de dois Estados”.
Guterres afirmou que o órgão não pode deixar que “extremistas de qualquer lado desfaçam o que ainda resta do processo de paz”.
O secretário-geral destacou que desde os horríveis ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, a situação piorou em todas as frentes. Na sequência, um conflito implacável arrasou Gaza, colocando seus habitantes sob “condições de vida totalmente desumanas”.
Guterres lembrou que o Conselho de Segurança rejeitou qualquer tentativa de mudança demográfica ou territorial em Gaza, incluindo quaisquer ações que reduzam seu território.
Ele enfatizou que o local “deve permanecer parte integrante de um futuro Estado palestino”.
Palestinos retornam do sul para o norte de Gaza, durante um período de movimento em massa em fevereiro de 2025
Bloqueio da ajuda humanitária perto de completar dois meses
O chefe das Nações Unidas lamentou a situação em Gaza dizendo que “não há fim à vista para a matança e a miséria”.
Desde o fim do cessar-fogo em Gaza, em 18 de março, quase 2 mil pessoas foram mortas por ataques e operações militares israelenses, incluindo mulheres, crianças, jornalistas e profissionais humanitários.
O secretário-geral ressaltou que há quase dois meses, Israel têm bloqueado a entrada de alimentos, combustível, remédios e suprimentos comerciais, privando mais de dois milhões de pessoas de ajuda vital.
Ele declarou estar alarmado com declarações de autoridades do governo israelense sobre o uso de ajuda humanitária como ferramenta de pressão militar.
Familias dividindo uma única lata de feijão
Guterres pediu ainda o fim do deslocamento contínuo da população de Gaza, e de qualquer movimento forçado para fora do local, e disse que é hora de acabar com o desrespeito ao direito internacional.
Falando a jornalistas em Genebra, também nesta terça-feira, a porta-voz da agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, disse que mais de 5 mil caminhões com suprimentos vitais estão do outro lado da fronteira esperando autorização para entrar.
Juliette Touma disse que famílias inteiras, de sete ou oito pessoas, estão dividindo uma única lata de feijão ou ervilha como refeição.
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Com informações da ONU
