Declaração do Rio: Países do Brics defendem ordem global mais justa

Reunidos no Rio de Janeiro, os países do Brics divulgaram, neste domingo (6), a Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula, na qual destacam a “importância do Sul Global como um motor de mudanças positivas, especialmente diante de desafios internacionais significativos", entre os quais o documento inclui o agravamento das tensões geopolíticas, a desaceleração econômica, as transformações tecnológicas aceleradas, as medidas protecionistas e os desafios migratórios.

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"Acreditamos que os países do BRICS continuam a desempenhar um papel central na expressão das preocupações e prioridades do Sul Global, assim como na promoção de uma ordem internacional mais justa, sustentável, inclusiva, representativa e estável, com base no direito internacional”, diz o documento.

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Os países também se posicionam pela paz em relação a conflitos e guerras no mundo e defendem a necessidade de aprofundarem a cooperação econômica entre os membros do grupo, de se unirem diante da crise climática e de cooperarem pela promoção do desenvolvimento humano, social e cultural.

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O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países-membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países-parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão.

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Os 11 membros permanentes representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

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Guerras 

Em relação aos conflitos internacionais, os países expressam preocupação “com os conflitos em curso”, e com o aumento dos gastos militares globais:

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“Expressamos preocupação com os conflitos em curso em diversas partes do mundo e com o atual estado de polarização e fragmentação da ordem internacional".

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"Manifestamos apreensão diante da tendência atual de aumento crítico dos gastos militares globais, em detrimento do financiamento adequado para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Defendemos uma abordagem multilateral que respeite as diversas perspectivas e posições nacionais sobre questões globais cruciais, incluindo o desenvolvimento sustentável, a erradicação da fome e da pobreza e o enfrentamento global da mudança do clima, ao mesmo tempo em que expressamos profunda preocupação com tentativas de vincular segurança à agenda climática”.

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Os países condenam os ataques militares contra o Irã, que é membro do bloco, e pedem cessar-fogo na Faixa de Gaza. “Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio”, diz o texto.

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Em relação à guerra em Gaza, a Declaração Final chama "as partes a se engajarem, de boa-fé, em novas negociações com vistas à obtenção de um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional; à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as demais partes do Território Palestino Ocupado; à libertação de todos os reféns e detidos em violação ao direito internacional; e ao acesso e entrega sustentados e desimpedidos da ajuda humanitária”.

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Sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia, integrante fundadora do Brics, a declaração diz que os países "esperam que os esforços atuais conduzam a um acordo de paz sustentável".

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"Registramos com apreço as propostas relevantes de mediação e bons ofícios, incluindo a criação da Iniciativa Africana de Paz e do Grupo de Amigos para a Paz, voltadas para a resolução pacífica do conflito por meio do diálogo e da diplomacia".

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Cooperação entre países

O texto final recebe o título de Declaração do Rio de Janeiro: Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável e contém 126 pontos, divididos em cinco tópicos:

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  • Fortalecendo o Multilateralismo e Reformando a Governança Global;
  • Promovendo a Paz, a Segurança e a Estabilidade Internacionais;
  • Aprofundando a Cooperação Internacional em Economia, Comércio e Finanças;
  • Combatendo a Mudança do Clima e Promovendo o Desenvolvimento Sustentável, Justo e Inclusivo;
  • Parcerias para a Promoção do Desenvolvimento Humano, Social e Cultural.
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Em relação à cooperação financeira, entre outros pontos, o documento afirma que os países buscarão, juntos, promover um sistema tributário internacional justo, mais inclusivo, estável e eficiente.

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“Reiteramos nosso compromisso com a transparência fiscal e com a promoção do diálogo global sobre tributação eficaz e justa, aumentando a progressividade e contribuindo para os esforços de redução da desigualdade. Temos como meta aprofundar a coordenação global entre as autoridades tributárias, melhorar a mobilização de receitas domésticas, assegurar uma alocação justa dos direitos de tributação e combater a evasão fiscal e os fluxos financeiros ilícitos relacionados a impostos”.

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Os países também ressaltam a importância de promover um maior engajamento do setor privado e de simplificar operações empresariais.

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“Relembramos a relevância de seguir promovendo o engajamento ativo do setor privado, apoiando o desenvolvimento e a promoção de micro, pequenas e medias empresas (MSMEs, em inglês) e incentivando um ecossistema global de comércio mais resiliente e dinâmico. Pretendemos seguir trocando melhores práticas de apoio a MSMEs, incluindo por meio de serviços e plataformas digitais voltados para a simplificação de operações empresariais”, diz o documento.

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Clima e inteligência artificial

Considerados também assuntos prioritários no encontro, as mudanças climáticas e a inteligência artificial (IA) constam no documento final. Em relação à IA, os países reconhecem que a tecnologia representa uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento, mas defendem que "a governança global da IA deve mitigar potenciais riscos e atender às necessidades de todos os países, incluindo os do Sul Global".

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"Um esforço global coletivo é necessário para estabelecer uma governança da IA que defenda nossos valores compartilhados, aborde riscos, construa confiança e garanta colaboração e acesso internacionais amplos e inclusivos, em conformidade com as legislações soberanas, incluindo o desenvolvimento de capacidades para países em desenvolvimento, com as Nações Unidas em seu centro”, diz trecho do documento.

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Sobre as mudanças climáticas, os países reafirmam o compromisso e o reconhecimento de acordos globais como o Acordo de Paris ─ tratado internacional, adotado em 2015, na COP21, que visa combater as alterações climáticas através da redução de emissões de gases de efeito estufa – e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que tem como objetivo principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

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Além, disso, os países manifestam total apoio à Presidência da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), exercida pelo Brasil.  

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“Reafirmarmos ainda nosso firme compromisso de, em busca do objetivo da UNFCCC, enfrentar a mudança do clima ao fortalecer a implementação plena e efetiva do Acordo de Paris, inclusive seus dispositivos relativos à mitigação, adaptação e provisão de meios de implementação aos países em desenvolvimento, refletindo equidade e o princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais”.

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Os países também reconhecem o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), proposto pelo Brasil, como um mecanismo inovador. “Saudamos os planos para lançar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) em Belém, na COP30, e o reconhecemos como um mecanismo inovador concebido para mobilizar financiamento de longo prazo, baseado em resultados, para a conservação de florestas tropicais. Encorajamos potenciais países doadores a anunciarem contribuições ambiciosas, de modo a garantir a capitalização do fundo e sua operacionalização em tempo hábil”.

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Documentos aprovados 

Além da tradicional declaração de líderes, foram aprovados três outros documentos: a Declaração Marco dos Líderes do BRICS sobre Finanças Climáticas; a Declaração dos Líderes do BRICS sobre Governança Global da Inteligência Artificial e a Parceria do BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas.

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sourceCom informações da Agência Brasil

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